O editorial, 05/04/21, Folha, A2, “Custosa e ineficaz”, demonstra a ineficácia dos recursos de “combate” às drogas. De fato, os pontos de distribuição de drogas atendem 365 dias por ano, numa prova prática que os R$5,2 bilhões/ano gastos pelos estados de São Paulo e Rio de Janeiro “…pouco gerou de resultados…”. Se estimarmos 2,6 milhões de dependentes de drogas nestes dois estados, tem-se R$2 mil per capita. É uma montanha de dinheiro que precisa ser usada com eficácia, resolutividade.

Por isto, apresento:

1. Os fatos são:
– O dependente não consegue ficar sem a droga.
– O êxito absoluto do combate ao tráfico criaria o caos da abstinência.
– O dependente cria, muitas vezes, o inferno para sua família e amigos quando falta dinheiro para a droga.
– O combustível do tráfico é o dinheiro.
– A sociedade tem sido vítima do “ciclo” do tráfico – produção, transporte, distribuição – financiado pelo dependente, levando à morte também os não dependentes.
– É justo que os prazeres dos dependentes financiem a violência?
– Para uma criança, hoje não envolvida com o tráfico, o que o estado oferece de garantia para uma vida segura no futuro? Nada.
– A montanha de recursos, hoje gasta no combate ao tráfico pelo poder público e pela sociedade, tem qual resultado prático? Zero.

2.   Os objetivos:
– Acabar com o aparecimento de novos dependentes.
– Assistir aos dependentes atuais.
– Acabar com os reflexos que o “prazeroso” consumo dos dependentes causa para o restante da sociedade – mortes e violência.
– Extinguir o comércio, legal ou ilegal, de drogas.

3.  As ações são:
– Tornar transparente para a sociedade a equação financeira dos valores gastos no combate ao tráfico.
– Confirmar que é financeiramente mais barato, e socialmente mais justo, a distribuição gratuita de drogas pelos postos de saúde, com opção de tratamento.
– Adotar meios para a sociedade conseguir tornar as crianças de hoje adultos bem formados, com capacidade de decisão, com a introdução, em todas as séries escolares, do esclarecimento da dependência. Ou seja, construirmos uma sociedade que aplica argumentos em substituição à repressão.

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