No exemplo da China, há alguns anos, Hong Kong correspondia a 18% e, agora, a 4% do PIB chinês. Ou seja, os chineses acrescentaram 3,5 Hong Kong sem dar um único tiro ou invadir. Na comparação com o Brasil, o crescimento chinês dos 2 anos 2020 e 2021 foi 16 para 18 trilhões de dólares. Ou seja, acrescentou US$ 2 trilhões enquanto o PIB brasileiro está estagnado em US$ 1,6 trilhões. É, repito, crescimento sem dar um tiro ou invadir outro país.
No caso da China, o eventual crescimento econômico a favor da vida e dos sonhos de cada um de seus habitantes, levará à aproximação natural, e integração, com Hong Kong e Taiwan sem dar um único tiro.
Desta forma, o desenvolvimento de um país se faz com lideranças que governam a partir da ótica do crescimento econômico para a realização de cada um e do conjunto dos seus cidadãos.
Sem foco no desenvolvimento de cada um dos cidadãos, a falta de preparo das atuais lideranças as leva praticar a “geopolítica” do domínio, a submissão de outros países pela força. E a Ucrânia é apenas uma parte deste xadrez.
Se Zelenski, Putin, Biden e as lideranças da UE tivessem aulas particulares com Gandhi, Luther King e Mandela, ainda assim não compreenderiam :
1. Que a criação da UE substituiu o histórico palco de guerras, unindo nações de línguas diversas, permitiu a liberdade de ir e vir, investimento sem fronteiras com crescimento econômico. E, é claro, este exemplo da formação da UE se aplica à China e seus vizinhos.
2. Que cada pessoa é dependente do seu próprio preparo para evoluir, se relacionar e bem viver sem explorar outras pessoas. E, de forma análoga, também não conseguiriam entender que isto se aplica aos países em suas relações internacionais,
3. Que a atual interdependência entre estes países – o gás russo, por exemplo – é, na prática, a complementaridade econômica a favor da integração da humanidade,
4. E, também, de forma análoga, não conseguiriam entender que:
– As nascentes de água em um país são abastecedoras em outro,
– As nuvens, formadas no céu de um país, chovem em outro,
– O ar, que passa em um país, é respirado em outro,
– Os pássaros também migram e levam as sementes da flora para outro país.
As oportunidades para expansão da UE ficaram evidentes após a queda do muro de Berlim, unificação alemã e ,gradualmente, ao longo dos anos seguintes, poder-se-ia ter incluído, numa grande concertação a favor da vida, prescindindo-se de instalação de equipamentos militares, a Ucrânia.
Faltaram líderes preparados! E, ao invés da integração, a falta de preparo nos levou à ideias de instalação de armamentos, via OTAN, na Ucrânia.
O que se concertou, para evoluirmos à paz e desenvolvimento econômico, após o acordo, anos 90, assinado por Boris Yeltsin e Bill Clinton?
E chegamos à guerra, onde, nestes dias, se defende o envio de armas à Ucrânia, com evidente prevalência da força sobre a inteligência. O melhor exemplo de evolução da humanidade – a prevalência da inteligência sobre a força na UE – ainda não foi assimilada, pelo despreparo das lideranças.
Pode-se afirmar que as atuais lideranças da UE constituem-se de herdeiros que não entendem o processo de criação da própria UE.
O exemplo recente, no espaço da UE, de autorização para a Comissão Europeia captar 760 bilhões de euros, visando reorganizar a economia no período pós-pandemia coronavirus, se fosse entendida pelos atuais líderes como uma conquista da inteligência humana sobre a força, em substituição ao histórico palco de guerras, a ação seria, certamente, pela paz, evitando guerra na Ucrânia, proporcionada pela união econômica e integração social.
A UE, Ucrânia, Rússia, EUA e, também, todos os demais países, precisam de líderes que tenham um perfil tipo “William Ury”. Ou seja, líderes bem formados que tenham como norma identificar nossos sonhos e objetivos – válidos para um indivíduo ou um país – e nos incentivar a realiza-los com a própria inteligência, sem qualquer tipo de arma.
A invasão russa na Ucrânia é o corolário, portanto, do despreparo das nossas lideranças.
Cabe, agora, à UE, eleger, daqui pra frente, novas lideranças que tenham como objetivo ampliar o espaço da UE, incluindo, no futuro, a Ucrânia e outros países, substituindo a ideia de instalação de armamentos de guerra da OTAN por facilidades de intercâmbio econômico e social.
E que Deus nos proteja.